quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Os jornalistas do sr. Balzac

"Se a imprensa não existisse, seria preciso cria-la”

“‘A imprensa será morta como será morto um povo: dando-lhe a liberdade”

Essas duas famossas frases do francês Balzac, podem ser encontradas no livro os Jornalistas, escrito por ele em .Lá é possivel encontrar os argumentos responsáveis por tais conclusões. O texto do 186 do autr de “A comédia humana” e agitador, critico social de sua sociedade(criticas essas que valem até hoje, ainda mais se considerarmos suas idéias a respeito dos agentes do jornalismo)escreveu essa que seria uma monografia da imprensa parisiense do século 19 (XIX) que retrata os perfis dos profissionais de comunicação. O prefácio feito por Carlos Heitor Cony diz: ” O tema escolhido é a imprensa de seu tempo - da qual ele pinçou personagens e situações que persistem na mídia do século XX” e ainda ” pode parecer uma obra de um genial mistificador contemporâneo que retrata a imprensa de hoje com o disfarce - permitido na literatura - de outro cenário atribuído a outro ator”. Enfim, Cony afirma o quanto a obra do século passado ainda fala de quem somos ainda hoje.
Esse seu texto é cenário para ataques feroz aos jornalistas e "jornaizinhos", segundo expressão da época, Balzac faz uma caricatura de cada um dos tipos presentes na ordem Gendelettre (gente de letras), onde estão presentes os publicistas (escrivinhadores que fazem política) e os críticos. Há o panfletário, o nadólogo, o publicista de carteira, o escritor monobíblia, o jovem crítico louro, o folhetinista etc. Tais caricaturas, contudo, formam um primoroso retrato da imprensa contemporânea. São os mesmos perfis, as mesmas ambições, as mesmas ilusões, as mesmas estratégias de sobrevivência e os mesmos expedientes, como pode ser notado em trechos como "Para o jornalista, tudo que é provável é verdadeiro". Ou "Os anúncios tomando a quarta página do jornal e o folhetim um quarto do que resta, os jornais não têm mais espaço". Ou ainda "Se alguém tem um concorrente a um posto para o qual deseja ser nomeado, ele pode impedir a nomeação de seu rival fazendo badalar a sua com elogios por todos os jornais".

Esse livro merece atenção, dedicação de pensamento intenso, pois já que temos cada vez mais Balzac’s, temos que ter no mínimo, melhores jornalistas.

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