quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O novo jornalismo

"O uso de Leed e gravata era indispensável no Jornal do Brasil" - A fala do veterano jornalista diz tudo.O jornalismo informativo se tornou cru e incapaz de seduzir o leitor.

ANOS 50 – Em uma época em que o Leed imperava nas redações e os jornalistas tinham mãos atadas para explorar seu potencial criativo, pelas canetas de repórteres-escritores, como Tom Wolf, Gay Talase, e logicamente Trumam Capote, o novo jornalismo veio para conquistar o público com as delicias envolventes da prosa ficcional casadas com a veracidade dos fatos reais.O texto, os fatos contiam uma atmosfera sedutora com ares de historia, conto, porém os personagens eram reais.
Talase e Wolf, ambos escreviam para a revista Empire, na década de 60, matérias que se podiam ler como um conto. “A idéia era dar a descrição objetiva completa, e um algo mais que os leitores sempre tiveram que buscar nos romances e contos: ou seja, a vida subjetiva ou emocional dos personagens — escreveu Wolfe.”
Depoimentos
O novo jornalismo, embora possa ser lido como ficção, não é ficção. É, ou deveria ser, tão verídico como a mais exata das reportagens, buscando embora uma verdade mais ampla que a possível através da mera compilação de fatos comprováveis.
Capote, que na vida real era mexeriqueiro e mentiroso, admitiu que tomava certas liberdades com os fatos quando escrevia suas reportagens. Os “novos jornalistas” juravam que tomavam certas liberdades com a ficção e respeitavam os fatos, mas, como faziam algo como “reportagens psicológicas”, ousavam até transcrever o “pensamento” das pessoas com quem conversavam, como expôs Talese:— Tento absorver todo o cenário, o diálogo, a atmosfera, a tensão, o drama, o conflito e então escrevo tudo do ponto de vista de quem estou focalizando, revelando inclusive, sempre que possível, o que os indivíduos pensam no momento que descrevo.
Tal arte divinatória tinha tudo para dar problema, e deu. Repórteres tradicionais, como Haynes Johnson, do Washington Post, torceram o nariz, segundo relata H. Eugene Goodwin na monumental pesquisa Procura-se > Ética no Jornalismo.— Quando Tom Wolfe e as pessoas que se intitulam elas próprias de Novos Jornalistas inventam as personagens e nos dizem o que as pessoas pensam porque falaram com muitas delas, bem, eles estão fazendo o papel de Deus... Ninguém pode inventar citações e personagens e dizer que isso é jornalismo. É uma coisa diferente e deveria ser catalogada diferentemente — disse Johnson a Goodwin.

— A idéia era dar a descrição objetiva completa, e um algo mais que os leitores sempre tiveram que buscar nos romances e contos: ou seja, a vida subjetiva ou emocional dos personagens — escreveu Wolfe.

No Brasil tivemos um grande nome, desse jornalismo novo, literaio, Joel Silveira, que morreu em 2007.
*Vale lembrar que a carreira literária e jornalística nem sempre precisa se cruzar dessa forma, nem sequer se encontrar.Vários escritores como Gabriel Garcia Márquez, Norman mailer, Ernest Hemingway e o peruano Mario Vargas Llosa, como escritores em geral sempre foram belos jornalistas.

Os grandes marcos são : o Livros de Capote, A Sangue Frio, os perfis de Talase.

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